terça-feira, junho 05, 2007

Report - 3ª Regata Riactiva Super Slalom


Campeonato Nacional de Slalom – Open APW 2007
3ª Regata Riactiva Super Slalom

Report by Tico




Decorreu nos dias 19 e 20 de Maio mais uma etapa do Campeonato Nacional de Slalom, desta feita em Aveiro, na praia da Costa Nova.
A 3ª regata Riactiva Super Slalom, assim denominada a prova dado que era organizada pela Riactiva Escola-Beach Bar, ficou marcada por um grande entusiasmo dos competidores que vieram que vieram um pouco de todas as Regiões do País, desde Viana ao Algarve para uma vez mais afirmar a sua participação activa no campeonato com uma grande vontade de vencer e uma enorme vontade de aprender e evoluir com o melhor que o windsurf nacional pode oferecer, num fim de semana cheio de surpresas, que nos proporcionou uma das melhores regatas de todo o Campeonato.

Sendo uma prova de nível em termos de classificação, era por demais evidente que quem tivesse aspirações a uma boa classificação no campeonato não deveria faltar.

Assim aconteceu comigo, Tico, POR 666 (Starboard, Neilpryde).
Mais uma vez o Tico deixava as águas de Cascais metendo-se em mais uma aventura. A vontade de evoluir e ganhar pontos por poucos que fossem eram o meu objectivo.
Fiquei mais entusiasmado por ver e participar in loco da animosidade que caracterizou o grupo de windsurfistas.

A escola de windsurf e bar de praia justifica bem o nome que assim lhe deram. O mérito e visão de Jaime Domingues levaram desde há alguns anos esta zona da ria, na Costa Nova, a uma enorme actividade desportiva e de lazer com grande qualidade.
Fiquei fascinado com o ambiente relaxante que a zona proporciona que, combinadas com a selecção de música ambiente do bar muito ao estilo chillout, absorvia os visitantes.
Com o único senão de o areal ainda não estar nas melhores condições, cheio de cascalho de amêijoa, não encontrei nada de mal a apontar.

No primeiro dia a participação foi grande ainda que com muito fracas condições para uma prova de Slalom. Apenas uma regata ficou validada já que a segunda foi interrompida até ao dia seguinte, por falta de vento.

Foi com muita pena minha que vi que estava no sítio errado à hora errada quando via uma frota de velas a planar na minha direcção. Tendo perdido uma boa partida, não ter desistido de fazer a primeira regata foi o melhor que podia fazer pois ainda assim consegui apanhar uns quantos, sendo que a maior luta foi com o Rafael Ribas (Mistral, Sailworks) que veio do Algarve.
Carlos Meira (Fanatic, Chalenger Sails) foi quem levou a melhor com o peso pluma e boa técnica no bombear de vela.

À noite, a turminha do wind juntou-se ao jantar para um churrasco, bem merecido, na esplanada do bar. Para além das caipirinhas que abriram as hostilidades da noite longa que se avizinhava, não faltou um apetitoso bolo de ovos moles, alusivo ao acontecimento.
O tema de conversa não podia ser sido mais óbvio. Do que é que um grupo de “winders” fala quando se junta em força?... É isso mesmo – miúdas!...
Não, por acaso até foi muito windsurf… Isto de competição é tudo muito giro mas era ainda mais interessante se as nossas “damas” nos pudessem acompanhar. Voltar a terra depois da prova seria com certeza muito mais reconfortante sabendo que nos esperaria uma miúda bem gira de braços abertos, pronta para dar miminho e uma massagem ao cavaleiro de cavalo e espada… perdão – de vela e prancha.

Convidados para uma saída a uma discoteca local, apoiante do evento, poucos foram os que falharam à última chamada. Será que muitas vezes o segredo duma boa regata está numa boa noite de descanso ou antes pelo contrário – numa boa noite de folia?!
Um espectáculo absolutamente imperdível foi o que assistimos no CoccoLoco, e tivemos oportunidade de fotografar dentro da discoteca, alguns close ups muito interessantes, que por razões óbvias, serão mantidos secretos!!!

Saindo pelas 4:00 da manhã, sem ter de pagar um cêntimo, por cortesia da discoteca e da escola, tivemos muitas oportunidades de ver porque é que a classe Master é uma classe conquistada e não pura e simplesmente obtida com a idade… Só quem lá esteve é que pode saber porquê...
Sandra e Sara Costa que transpareciam alegria e energia sempre com um excelente atendimento e boa disposição, predispunham-se a tirar fotos a qualquer hora, sempre prontas a recordar o momento e apanhar alguém mais desprevenido. As fotos falam por si…
Não nos pôde acompanhar no entanto, com muita pena nossa, o Sunday – o Sr. Amílcar Domingues, pai de Jaime, que entre os seus bigodes brancos e olhos ternos logo se predispõe a contar alguma história de tempos antigos, ou algum saber que tão longo caminho de vida proporciona. Não nos pôde acompanhar, mas todos guardamos os momentos que passámos com ele nos nossos corações.
Mais do que um cavalheiro à moda do norte, a minha sincera opinião é que está ali está um mestre ainda muito rijo e sempre pronto para deixar jovens cativados com as suas histórias da “conquista”...

No Domingo, segundo dia de competição, foi bem diferente ainda que augurasse vento fraco e chuva pela manhã. Alguns competidores chegavam mesmo a falar em ir embora.
Ficou marcado por duas séries de regatas havendo uma pausa para mudar de rigs, pois a partir da sexta regata, era complicado suportar o vento forte, com rajadas, de 25 nós que surgiam do quadrante norte…
Nesta altura deixei a minha 8.4 (que reconheço agora, com toda a clareza, que estava mal montada ainda que bem partida no topo), e apenas foi preciso encaixar a 6.5 de dois cambers que tinha ficado montada desde a noite anterior.
Ainda que com boas partidas, cada vez mais bem sincronizadas, e boa velocidade de ponta, não podia deixar de notar gritantemente que teria que reforçar mais o meu treino no contorno de bóias, sendo que mais vento, mais mareta e corrente pioravam a minha situação.
Muitas vezes conseguia não chegar muito depois da frota, sendo que o Pedro Peixeiro (Fanatic, Naish) era de quem mais me aproximava.
Rui Silva (Starboard, Neilpryde), que tinha ido a casa passar a noite, trouxe de Cascais a sua vela de Formula RS-6 9.8 com a qual conseguiu manter um excelente nível de competição com José Pedro Monteiro e o campeão actual Paulo Meira. Vela que apenas aguentou até ao fim da primeira série, mudando depois para 7.2.
Os cadetes Martim Monteiro (Mistral, Sailworks) e Carlos Meira debatiam-se à conquista do 4º lugar da tabela, tendo Martim revelado-se superior nesta prova.
O pai, José Pedro Monteiro (Mistral, Sailworks) mostrou também que está em muito boa forma ao conquistar dois primeiros lugares ao actual campeão.
Paulo Meira (Fanatic Challenger Sails) mostrou a sua superioridade e estabilidade durante toda a prova e provou por que há tanto tempo leva títulos de campeão para casa, representando a Lagoa de Albufeira ao seu mais alto nível.
Conseguirá Paulo Meira manter essa superioridade até ao final do Campeonato?...

Após a habitual entrega de prémios e sessão fotográfica, a viagem de regresso correu sem problemas, mas tive ainda que parar na estação de serviço de Alcobaça para dormir cerca de duas horas dado que a fadiga era imensa de duas noites mal dormidas e dum dia de competição absolutamente brutal.
Para trás ficava Aveiro e a sensação de realização incompleta dado que poderia ter mostrado muito mais. A verdade é que não conseguiria... Deu assim, para tirar notas daquilo em que devo focar o meu treino nos próximos tempos, tendo até o Jaime dado algumas dicas para melhorar o meu andamento. Algo que agora, dois fins-de-semana depois, vejo enormes progressos.
A experiência de competição é isto mesmo – a vontade de evoluir e subir de nível levam-nos a dar conta dos nosso erros e a uma gradual aprendizagem e progressão exponenciais que se notam não só em termos classificativos como em termos de grandes amizades e companheirismo. E os mais experientes não se opõem em nada em dar conselhos pelo que demonstram um grande desportivismo.
Como foi óptimo ver que um evento de competição de windsurf não se cinge apenas ao windsurf. Foi óptimo sentir que para além da competição em si, está também uma modalidade que proporciona grandes festas, grandes amizades…e uns canecos pelo meio!!!

Foi com muita pena, no entanto, que notámos a falta de tanta gente que mais a norte faz tão bom Slalom. Fica a advertência para o facto de que um campeonato é feito de pequenas e grandes provas. Esta foi uma dessas grandes provas.
Só gostaria de ter levado gente comigo – família, amigos e aqueles que comigo navegam regularmente em Cascais, de dia ou mesmo de noite…

Para trás ficava a Costa Nova, lugar de casas de brincar…
Comigo, levava memórias brilhantes e fotos fantásticas que só por si tinham valido a viagem.
Podia dizer para comigo – Eu estive lá! Participei e, bem ou mal, trouxe um 6º lugar para casa. Era disso que me podia orgulhar de momento. Uma carreira, tal como a Vida, é feita de pequenos degraus, pequenas conquistas pessoais…
Até à próxima, um abraço, “Vemo-nos no mar”…

Tico

1 Comments:

Blogger Riactiva said...

Boas G Tiago, acabei de linkar o teu report ao blog da riactiva, pois finalmente pus as fotos online:) como se diz, mais vale tarde do que nunca. Por mim estas nomeado para o prémio nobel do jornalismo, pois ao ler o teu report foi como se eu estivesse lá outra vez :))) espero que se repita este ano, e, se possivel que te possa tb acompanhar na água. O Mr. Sunday espero estar tb presente, claro !!! Mas, antes de isso, terás que vir cá fazer um treino, pois aqui ha sempre novidades... como sabes, eheh See you soon mate :) Keep alive and surfing

25 janeiro, 2008 22:46  

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