quarta-feira, janeiro 10, 2007

A cena do Martinhal...

Passar por trás dos rochedos ou diga-se - ilha, do Martinhal pela primeira vez foi algo que para sempre me hei-de recordar.

Foi no primeiro dia do ano, presenteado com 15 a 17 nós de vento Nordeste. Alguma mareta, pouca, mas a suficiente para intimidar uns quantos à entrada e acagaçar à saída...
Sendo que uma 7 m era suficiente para planar sem problemas chegando até a haver fases de sobrecarregamento, eu fui de Formula e 9.8...

Queria matar saudades da minha "Princesa" já que desde Setembro não a usava devido a uns problemas.
Cacei-a o mais que pude a conselho do Bruno Bertholo, que tive a felicidade de encontrar por terras de Sagres.
Posso dizer que foi das sessões de wind mais fantásticas que alguma vez tive oportunidade de gozar.
Não gozei com ninguém... mas foi fantástico sentir que a vela que considerava brutal e pesadona para mim em Agosto, não passava de uma vela pequenita agora, depois de tanto treino com a 10.7...

Os saltos que dava propositadamente eram brutais e perfeitamente controlados. Nunca me tinha sentido tão bem, mesmo apesar de a noite anterior não ter acabado da melhor maneira...

É mesmo a maneira realista de ver as coisas - no mar, tudo se esquece, entra-se noutro mundo e é-se absorvido por água, vento e sol...

Por respeito à pessoa com quem tinha ido, não fui do Martinhal a Lagos... Até me pareceu pouca coisa (para quem treina de Cascais ao Cabo Espichel...) =)
Ainda deu para fazer uns filmes e fotos bem loucas com uma camâra à prova de água emprestada.

Pena foi que justamente quando ía passar a câmara à rapariga que não parava de planar e fazer jybes depois dumas dicas no dia anterior, com um estrondo, o topo rebentou por não aguentar a tensão brutal com que jamais tinha estado (pelo menos nas minhas mãos).
É de boa justiça dizer que o mastro era um Trybord 5.20 100% com 32 IMCS, e que uma RS-5 com 5 cambers pede um 5.30 Neilpryde que são muito mais moles. Ainda assim, a vela aguentou todo este tempo que estive com ela, e que o mastro aguenta a tensão que lhe derem, revelando-se uma muito boa compra. Não saiu muito barato este último... mas vá lá, já tenho um de novo.

Consegui voltar sem problemas e não apanhei rebentação forte, escolhendo um sitio na praia préviamente para tal.
Imagino o que seria se tal acontecesse a caminho de lagos ou ainda do Cabo Espichel... Imagino, tal como aconteceu ao um amigo nosso há bem pouco tempo em Cascais, se se partisse o fino de 70 cm?...
Muitas coisas me deixo a reflectir e a debater por aqui.

Foi pena ter acabado como acabou, mas ainda assim não deixo de considerar que foi mesmo muito bom, revigorante e com aproveitamento e evolução exponenciais.

No verão espero estar lá, tal como nas muitas competições que aí vêm.
Só espero poder participar em todas.

Um grande abraço a todos e ficai bem, vemo-nos no mar... ;)

Tico

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