quarta-feira, julho 25, 2007

A cena dos "Três Beijos"...


Encontrei este texto meu de há bem mais de um ano e achei que seria interessante publicá-lo aqui.
Só para esclarecer, neste momento já não me encontro com esta pessoa. Da relação doce como começou e que durou meia dúzia de meses guardo apenas boas recordações.
Não querendo entrar em assuntos mais pessoais, achei que seria bonito publicá-lo aqui e tentar deste modo recordar-me da pessoa que era nesta altura...
Isto por um pensamento que ontem me pus a mim próprio: mas eu não era assim...
Assim, deixo-vos com um poema do ano passado a lembrar a pessoa que era (totó?... Roto?... Demasiado romântico?... Apaixonado?...) Logo verão.
Um abraço.




… A curiosidade assolava-a, docemente…
Um jeito terno e frágil, loucamente meigo, fazia-os sentirem-se cada vez mais ligados. Apenas a lua como confidente e o sol como amigo próximo poderiam alguma vez sentir algo tão grande e tão belo.
Ainda que separados por léguas, países, línguas e costumes, não só os seus sentimentos se declaravam, como se afirmavam cada vez mais inabaláveis.
Ainda que envoltos de mágoa, dor, saudade e rios de lágrimas as suas personalidades não só não se alteravam como se fortaleciam.
O desejo de se verem cegava-os mas logo essa força os recompunha, embebendo-os num mar de palavras doces para se sentirem um ao outro na medida do possível.
E como era possível?... Como era possível tão afastados um do outro, se sentiam tão perto, sentindo o calor de cada um, entregando-se um ao outro, brincando, abrindo-se um ao outro dando a beber da imaginação e vontade profunda de cada um.
E num mar de enigmas, charadas íntimas, amores e carinhos meigos, havia algo que queria saber…

– Porquê três beijos?...
– Minha Estrela do Mar… permite-me explicá-lo desta doce forma:


Então aqui vai princesa minha,
Este doce poema que vontade tinha
De to escrever e declamar
Bem de perto,
Ao ouvido, decerto
Numa noite de luar…

... ... ...

Porquê três?...
Porque não poderá ser uma só vez?
Porquê esta coisa louca,
De me querer diferente,
Apaixonado e consciente
Perante tão doce boca?…

Imagino teus lábios…
Só de o imaginar se arrepiam meus corsários
Neste final de dia
Em que espero uma presença tua,
Para nos juntarmos à luz da lua
E realizarmos o que cada um dizia…

Acompanha-me neste fluir de mente
Que nada tem de demente,
Mas sim um carinho decente
Num claro momento consciente...
Enquanto a minha mente o sente
E a minha memória o consente…

Entrega-te simplesmente,
A este teu príncipe encantado,
Que ao te sentir numa dor tão presente
Te quer envolver num abraço apaixonado…

...

Porquê três e não um apenas?…
Por que não dois ou quatro?
Que curiosidade é esta – que cenas –
Me ponho a imaginar no meu quarto?...

Simples é a resposta,
Mas é tão doce assim escrevê-la.
Pois quero deixar-te bem disposta,
Ao acabares de lê-la.

Porque…

Porque é tão bom…
Sentir-me a ti colado
Sem soltar um som
Num primeiro beijo afogado…

Na tua cabeça é o primeiro,
Por ser um mundo onde me perco por inteiro
De tão carinhoso, sensual e criativo,
Loucamente apaixonante e desconhecido,
Um desconhecimento por mim conhecido,
Sensível e amorosamente exaustivo...

No teu peito o segundo,
Por me apaixonar num amor profundo
Por tão doce coração...
Meigo, quente, frágil e forte
Que o destino me deu a conhecer por sorte,
E que não quero que me sinta como recordação...

O terceiro...
... Impossível não ser em lábios tão sensuais
Que demolhados só me fazem pedir por mais
Faça calor, chuva ou frio de rachar.
De dia ou de noite, ao sol ou à chuva,
Os quais gosto de mordiscar como a uma tenra uva
Num misto de dor e desejo, deixando-o prolongar...

Ainda...

O primeiro para te sentir,
O segundo para te fazer sorrir
O terceiro para nos termos com emoção...
Ligarmos estes lábios saudosos e viajantes,
Num culminar de promessas de amor constantes,
A cada hora, numa louca e profunda paixão...

Porque...

Porque só um não chega…
Já o estômago nos arde
E o coração fumega
Ao sentir tamanha saudade!

Porque...

Porque não chega apenas um,
Quero o teu sabor e mais nenhum
Quero enraízar-te em mim como sobreiros...

Deste modo minha Princesa
Deixa-me puxar-te para mim, e manter a chama acesa,
Com esta história dos três beijos...

Tico

23.02.2006

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domingo, julho 01, 2007

Não te esqueças de mim…


Não te esqueças de mim…

Pudesse o vento falar
E o mar os seus segredos abrir,
Iam com certeza contar
As imensas saudades que estou a sentir…

Sei que pensam em mim
E que tomamo vosso rumo,
Da mesma maneira que faria,
Se acaso alguém perdesse num sono profundo.

Fazem bem,
Pois não havia melhor quem
Do que eu quanto a levar uma vida activa,
Dando-lhe grande valor e com isso fazendo-me sentir viva…

Oh… como gostaria de voltar
E os meus pais e irmãos poder abraçar
Num abraço saudoso e amigo…
Como gostaria de voltar,
De novo sorrir, amar e cantar
E daqueles que estão comigo dar notícias.

Gostaria de abraçar meus amigos
E relembrar memórias de tempos idos
Como fazíamos em jantaradas.
Gostaria também de perdoar
Todos aqueles que me quiseram magoar
Por coisas passadas.

Não se percam em porquês
E preocupem-se mais com vocês
Pois já cá estou deste loado.
E não é que vos espie,
E fosse contar tudo o que visse,
Mas sim, olho por todos um bocado.

Gostaria de fazer ver no entanto,
O que nalgumas coisas podiam mudar um quanto
De modo a viverem melhor.
Mas não devo interferir
Pois cabe a cada um reflectir
Num sincero diálogo interior.

E apesar de saber
Que nunca me irão esquecer,
Peço ainda assim…

Até à hora do nosso reencontro
E nos anos que passam como num conto,
Não se esqueçam de mim…

Tiago

2.5.07
18h30