quarta-feira, fevereiro 23, 2005

São elas que nos comem a nós, e não nós a elas!... =)

Tico apresenta:


"As teorias do Tico"

Epah, eu não sei bem como é que hei de anunciar esta minha teoria...
É que não sendo forçosamente tal e qual como a penso, estou em crer que cada vez mais encontro ideias e factos que corroboram esta minha teoria.
Esta é a explicação do Tico para tal teoria que já anda de boca em boca, provocando polémica e exaltação, o arrancar de cabelos e a sova de inocentes velhinhas...
Sem muito mais demoras meus amigos e amigas, a verdade é esta:

- São elas que nos comem a nós e não nós a elas!...

Vamos lá ver se me faço entender, qu’é para não haver juízos diferentes, ocorrendo em más interpretações do Tico e a subsequente sova oportuna...
Não fui eu que começou com a ideia de que somos nós que comemos as gajas.
– Epah e tal, ontem comi esta... Ah e tal ontem comi a outra, oube lá! Até cheirou a borracha queimada...
Não fui eu... Infelizmente não me posso congratular por tão subtil afirmação solene de macho latino.
Ao longo dos anos temos vindo a assistir ao dilacerar da língua portuguesa, à atribuição de novas designações e a novos significados a tantos significantes do uso comum.
Compreendendo a ordem e a evolução natural das coisas, e até sou bastante tolerante a todo e qualquer tipo de impropério ou calão, cujo grupo de certas e determinadas palavras de refinado repúdio tanto me fascinam.
Mas não vamos por aí...
Vamos chamar os bois pelos nomes e pôr as cartas na mesa.

Meus amigos:

– Quem é que, afinal, tem a boca do corpo?!... São elas não são?

– Não se contentando essa boca apenas com dois lábios ainda que na vertical, ainda têm mais dois!...

A malta goza com a cena (Oh, se goza...), mas vai de chamar a “cena” de:

– Bacalhau
– Grelo
– Sarapitola
– Para piorar a situação, a gente (gajos a sério) ainda chamamos “àquilo” de - pito...

Ora, perguntam vocês:
– Epah ó Tico, tu que as galgas; tu que as montas com força, com coragem e determinação...(as ondas da linha…), tu que te perdes por esse mar a fora... diz-nos, elucida-nos, explica aí à gente: o que é um pito?
– Ora meus amigos um pito é, a meu ver, uma ave ainda em fase de crescimento, que tem por hábito andar sempre a debicar à procura de quê?... À procura de quê meus amigos?... De comida...

E é aqui que a malta entra... (salvos sejamos), é aqui que o feitiço se vira contra o feiticeiro.
É que, despreocupados e sem quaisquer problemas de consciência, somos nós próprios que chamamos as nossas pirocas de:

- Morcela;
- Salpicão;
- Alheira de Mirandela;
- Rolo de carne

E essa tão conhecida e aclamada designação que remonta a anos de enferma diversão:
- ... Chucha de carne...

Certo é que existem tantas outras designações para tal membro entumecido. Mas dava aqui azo a material para mais uma teoria que poderei abordar um dia destes. Se bem que, a abordar, é sempre bom que continue a ser apenas a minha, em prol dos bons costumes...

Há porém, uma denominação que refuta esta teoria. Falo desse "São Bernardo insaciável", agora e cada vez mais em voga, que afinal designa algo que come, e não para ser comido.
Ou ainda outra, de igual modo importante que é o fluido demasiado fluido a que se chama de suco divinal ou vaginal, é uma cena assim que, lá está, remonta a uma actividade gastronómica, neste caso, para saborear docemente entre os lábios, e depois então, com a ponta da língua.

Serão estas então as únicas falhas nesta minha teoria?...
Não creio.
Muito provavelmente devem haver muitas outras, tal como haverão certamente variadas e indescritíveis indicações para a denotação do dito pito. É apenas uma questão de reflexão, oportunidade e perspectiva.

Assim, e até prova em contrário, deixaria aqui em aberto a batalha - vou continuar a instituir, promover e defender que afinal:

– São elas que nos comem a nós e não nós a elas!...

Se bem que pareça mal...

Deixa lá ver como é que ficam as coisas segundo esta teoria em típicas situações de macho:

– Olh'ó filha, vira pa cá o pito pa lhe dar de comer!...

– Epah ó Chico hoje vou ser comido pela minha gaja, man! A miúda até vai repetir o prato, oube lá!!!...

– Olh'ó mor, já barrei a piroca com manteiga e alpista... traz o pito pa ele debicar a minhoca...


Tico

23.02.2005

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

E se as mulheres trabalhassem nas obras?


Tico apresenta:





As teorias do Tico:

E se as mulheres trabalhassem nas obras?...


Assistimos durante o século XX a diversas alterações e evoluções tecnológicas e sociais.
Desde a invenção do automóvel à ida à lua; desde a invenção do computador às salas chatas, perdão – de chat; desde a contagem dos dias do começo das regras à invenção do preservativo, tudo passou numa fracção absolutamente pequena de tempo comparando com a história da humanidade.
Assistiu-se também a grandes modificações nos padrões e modos de vida e comportamentos humanos.
Senão vejamos:

- Quando se demorava não sei quanto tempo a preparar uma refeição, agora é só pegar no telemóvel e mandar vir uma piza;

- Onde antes se ia cagar no mato agora, não assim com tanta raridade, vai-se cagar ao mato, mas de jornal na mão (não necessariamente para ler);

- Quando se demorava que tempos a galantear uma dama (que era assim que deviam ser tratadas por cortesia na altura), agora é ir para uma sala de chat, falar um pouco e vai "d’arroz com salsichas"…

Tá mal. Quer dizer, tá um cadinho mal... Há tradições que se devem manter. Mas também o pessoal não está para pedir a mão em casamento ao pai da miúda – fartos de píveas estamos nós...
Mas não era bem disto que queria falar. Vamos ao que interessa.

Quando é que afinal, as ninas deixaram de ser tratadas por damas?
Vamos lá reflectir um pouco no assunto.
Como é óbvio, não vou estar aqui à espera que o pato asse no forno, por isso é que já tenho aqui um preparado e vou expor desta maneira o meu ponto de vista.
Por mais que tente arranjar desculpas mais filosóficas, recorrendo à psicanálise e sociologia vou sempre parar a um ponto fulcral no livro da história humana. Porque é que as miudas começaram a não ser chamadas de damas?... Quando passaram a usar calças? Quando começaram a saber assobiar e a tratar os homens por tu?...
Resumindo e concluindo é precisamente esta a razão que encontro.

É fácil analisar o que se passou – começaram a saber lutar pelos seus direitos, a ganhar estatuto, e a poderem sair à noite.
Da conquista do direito ao voto à livre escolha dum sutiã foi um piscar de olhos.
Começaram a ganhar estatuto, começam a ser inventoras, a descobrir montes de cenas, e começaram a conquistar postos de trabalho anteriormente apenas ocupados por gajos.

Atenção: com este texto não pretendo de qualquer forma abrir este conflito até porque elas bem merecem o estatuto que conquistaram. Pretendo apenas e tão só fazer uma supozição criativa e humorística que certamente agradará a ambas as partes.

E isso trás-me então ao problema que inicialmente me propus reflectir que me faz escrever estas palavras...

E se as ninas trabalhassem nas obras?

Haverá maior temor?...
Haverá maior desequilíbrio na estrutura sociológica humana que se dita regrada e estipulada por princípios?...
Será possível ultrapassar o pesadelo, de nos imaginarmos a passar num bairro em construção e ver hostes... hostes de gajas de cara fechada e braços rijos, nalgueiro firme e perna grossa ali, a trabalhar no duro, a erguer prédios de 20 andares, a carregar tijolos, a rebocar paredes, e a pintar fachadas?...
Ou antes será, por outro lado, um sonho, ao ter gajas que lá de cima, empoleiradas naquelas árvores de metal que antes davam africanos e ucranianos, a gritarem de voz cheia e grossa:...

– ...OPAH?!... Opah?! Era capaz de enfiar um dedo no teu cão só pa dizer que entrei na tua família, oube lá!!!...

Ou então...

– Pah ó filho: a minha língua não tem pelos porque tu nã dêxas!!!...

E há esta que até mete um gajo de cama de tanto medo:

– Oube lá, a que horas é que a tua mãezinha sai de casa pa eu ir lá dar tau tau, fazer-te a papinha e meter-te o dedo na marmita?!...

E quando não era capaz de puxar nenhuma mais terrível, eis que surge esta derivada do reportório que tão bons trolhas têm o orgulho de exibir de tais alturas:

- Pah ó home?!... Ó môr: espetáva-te um dedo no cú e fazia-te suar que nem um porco...


Pah, ó malta... digam-me lá a sério – é de meter medo, não é?...
Se nunca tinham pensado no assunto e provoquei tal terror, peço imensa desculpa. Mas sou assim, o Tico tá cá pa fazer ver novos pontos de vista para não sermos assaltados por surpresas incríveis como apenas ver uma gaja a fazé us massa, uma nina a acartar com baldes de cimento, uma gaja a verificar o prumo duma parede mestra, meu Deus!.....

- ......... Aaaaaaarrrghh!!!...

É que pensando bem, creio mesmo que tenha sido por este mesmo terror, que os mans têm sido eles, desde a mais antiga idade, a fazer tudo o que tenha a ver com bricolage, mecânica, construção civil e muitas mais tarefas árduas...

Se bem que seja uma terrível visão dum mundo completamente transformado, em que as gajas por esse mundo fora, tomassem as rédeas da sociedade, em que num futuro exacerbado, encontraríamos campos de concentração de gajos, enclausurados para uso a bel-prazer de gajas lânguidas, tais tribos de amazonas sedentas de sexo e satisfação sexual desportiva... até que nem é muito mau, ou não?...
Olha que não sei...
Mas tenho a certeza que o pior é que se inverteriam os papéis – ficariam elas machistas, sem qualquer empatia pelos sentimentos dum gajo (que passaria ele a ter passados uns anos), frias, só pensariam em sexo (pelo que as loiras teriam de ser internadas numa clínica especialista em adição ao sexo), não telefonariam nem por nada ao seu gajo (se é que escolhessem ter um gajo apenas), não conseguiriam manter a calma, e começariam certamente, após uma discussão, a sovar a malta à cachaporrada com o cinto e patarrões de força no lombo da gente!...
Nós, pelo reverso da medalha, como resultado deste comportamento das gajas, ficaríamos aflorados, depressivos, recalcados, meigos, saberíamos como manter a calma, não explodiríamos de raiva (se bem que umas vezes apetecer-nos-ia levantar a voz... do que rapidamente desistiríamos só de pensar no cinto), ficaríamos em casa, pelo qual teríamos de aprender as lides domésticas aprendendo a fazer o tacho, a lavar a roupa e a ir às compras. As compras, tarefa e prazer antes do domínio absoluto delas, seria por nós desejado esses momentos de total satisfação...
As conversas de vizinhas, passariam a conversas de vizinhos. Mas nada de falar de carros e futebol. Não, isso seria para elas. Nós falaríamos antes de novelas, de moda e produtos de limpeza. No máximo de autorização de demonstração de inteligência e compaixão, ser-nos-ia permitido falar de um livro ou outro...
Tentaríamos ser românticos e dengosos com elas mas népia. Só pensariam no amor físico e não sentido. Não sentiriam qualquer angústia ao nos verem amargurados por uma vida dura e de ausência de amor verdadeiro...

O terror meus amigos gajos... O pavor dum futuro assim assola-me a mente. E na certeza de um sofrimento inesgotável prefiro não reflectir e debater muito mais sobre este assunto...

Gostava de ser rato e poder provar-vos de que é sobre isto, sobre este futuro de mudança a favor delas, por que elas vão à casa de banho todas juntas, a debater e a acrescentar itens ao seu plano maquiavélico para a nossa derrota...
Deixo-vos apenas e tão só, uma imagem deste futuro que elas pretendem alcançar, um dos planos que pretendem usar na prossecução do seu plano dum futuro contra-natura...

Do vosso e humilde pensador:


Tico

10.2.05
19h00